Sándor Lénárd

Sándor Lénárd foi um escritor com muitas qualidades e uma característica única, ficou conhecido na região de Santa Catarina pelo livro "O vale do fim do mundo", esse livro que fala de uma pequena região dentro do estado de Santa Catarina, com um humor único, goste quem gostar ou odeie quem odiar.



Sándor Lénárd


Mas antes de qualquer coisa devemos entender um pouco de quem foi essa personagem tão importante para o mundo, Lénárd conforme apresentado por HUMBLÉ, Philippe em "Sete dias na Babilônia" (1):

Alexander Lenard (1910-1972) perante seu ambiente durante seus anos de exílio no Brasil. Lenard ficaria auto exilado no interior do estado de Santa Catarina, de 1952 até sua morte. Nascido na Hungria, onde é considerado um grande escritor nacional, a família de Lenard se mudou para a Áustria em 1920. Em Viena, ele estudaria medicina. De origem judaica, Lenard fugiu para a Itália quando, em 1938, a Áustria foi anexada ao Reich alemão. Em Roma, ele viveu escondido até o final da guerra. Por medo do conflito na Coréia se espalhar, Lenard mudou-se para o Brasil em 1952. Ele jamais voltaria para a Europa. Durante quase vinte anos, Lenard viveu entre os “colonos” de língua alemã em Santa Emma (SC), onde exerceu a profissão de farmacêutico, e, ocasionalmente, de médico. Lenard se expressava principalmente em alemão. No Brasil, ele continuou escrevendo e traduzindo de, e para, um grande número de idiomas estrangeiros. No entanto, apesar de sua longa estadia no Brasil, ele nunca se expressaria em português. Nos anos sessenta, Lénárd deu uma série de palestras, transmitidas pela Norddeutsche Rundfunk alemã, que foram publicadas sob o título Sieben Tage Baylonisch [Sete Dias na Babilônia] (1964). 

Esse homem de uma história tão rica e um conhecimento inominável, acabou parando entre pessoas simples e discretas o que levou a um choque cultura, com uma cultura totalmente nova e fechado foi para o escritor uma realidade totalmente diferente da qual já tinha vivido e o fez viver em um mundo totalmente contrário ao seu, esses fatos influenciaram na escrita de seu livro que pode ter sido pela admiração ou quem sabe pelo outro extremo a aversão a essa gente.

Em uma das coisas que mais chama a atenção entre as muitas aventuras em que viveu em solo brasileiro, é a maneira como descreve os moradores de sua região, dizendo sobre a cultura do trabalho e do silencio podemos ver isso na seguinte passagem em "O Vale do Fim do Mundo" (2):

Os colonos silenciam muitas coisas. Não são personagens de romance que conversam uns com os outros interminavelmente, nem pensam no que diriam se alguém distante estivesse próximo. Silenciam porque durante a aragem é difícil conversar. Silenciam porque já disseram tudo, porque com seu parco vocabulário convém economizar. E quando silenciam, as feridas da alma cicatrizam.

É a esses costumes a essa gente que que Lénárd vai escrever seu livro, um livro que poderia ser mais amplamente divulgado, talvez por resistência a suas histórias, talvez por não conhecer muito bem ainda quem foi o escritor e sua importância histórica, o livro não é conhecido e nem divulgado como deveria.


Sua passagem em nossa terra deixa a pampa uma rusga, que temos de nossa própria região da riqueza não explorada e do conhecimento não aproveitado, essas marcar mitos e lendas que são criados, e pouco exploradas deixam claro que não conseguimos ainda atingir um bom percentual do nossa própria história.

A casa de Lénárd ainda encontra-se lá para visitação, onde morou bem como onde foi escrito seu último livro, ainda encontra-se em bom estado de conservação.


Foto: Do Autor (3)

Bem como a histórica escadaria que dava acesso a uma aldeia indígena, contando com quase 3 centenas de degraus.


Foto: Do Autor (3)

Amar e entender o passado, sempre é o segredo para construir um presente mais próspero.


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(1) HUMBLÉ, Philippe; SEPP, Arvi (30 de setembro de 2021). «"Sete dias na Babilônia": línguas e exílio na vida de Alexander Lenard». Caderno de Traduções, v. 41, n. 3. Florianópolis. Consultado em 21 de Março de 2022.

(2) LÉNÁRD, Sándor. O vale do fim do mundo. São Paulo: Cosac Naify, 2013.





Comentários

  1. Também conhecido como Alexandre Lénárd.

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  2. Olha que legal isso, eu não sabia que tínhamos escritores assim em nossa região.

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